terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Javalis em Itapetininga,SP

Ciclista filma perigoso encontro com bando de javalis com filhotes na zona rural de Itapetininga,SP


ATENÇÃO:

Tem javali em sua cidade ou região? Colabore enviando para aquitemjavali@gmail.com seu relato ou foto dos danos em lavouras, danos ao meio ambiente ou javalis abatidos, ajude a mostrar ao Brasil o tamanho deste problema para nosso país.

Todos as informações recebidas serão adicionadas ao Mapa Nacional de Incidência de Javalis e seus Hibridos e serão entregues ao Depto de Ecologia da UNESP Rio Claro até o dia 30/10/2014. 

Ajude a informar as autoridades e aos demais brasileiros sobre a expansão destes animais em território brasileiro e todos os problemas causados!
 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Goiás: IBAMA e EMBRAPA realizam treinamento sobre controle de javalis

Resumo detalhado da palestra sobre javalis na UFG em Goiânia

Texto do Eng. Agr. Cristiano Furtado, o Tino

O encontro entre autoridades e os caçadores (ou melhor, controladores) de javalis em Goiânia ontem dia 07/02/2015 foi muito proveitoso, na verdade não foi apenas uma palestra oferecida pelas autoridades que regulamentam o controle e sim um treinamento... Treinamento para que?

Antes de responder a essa pergunta farei um pequeno resumo sobre o que se passa.
Pra que o Brasil continue (e aumente) a exportação de carne suína e bovina para toda a Europa e países asiático (China principalmente) ele precisa receber um certificado internacional emitido pela organização mundial de saúde animal (OIE). Esse certificado é emitido por estados e dentre outras coisas ele garante ao consumidor europeu e asiático que a nossa carne está livre de uma serie de doenças altamente contagiosa e de grande risco para a saúde humana e animal. Dentre varias que foram citadas as mais perigosas são a peste suína clássica no caso de todos os suídeos e a febre aftosa no caso dos bovinos.

O que ocorre é que o javali ou o porco asselvajado pode ser o agente dispersor das duas doenças, isso já aconteceu na Espanha e vem acontecendo no leste da Europa com javalis que vem da Rússia. Assim a OIE exigiu do Brasil provas reais de que a nossa população de javalis selvagem não tem nenhum tipo de contaminação. A pressão política é enorme e o governo brasileiro está desesperado com a situação, pois esta em jogo contratos milionários de exportação.

Tirar sangue e monitorar porcos de criatório é fácil, mas fazer isso com javalis selvagens e um bem mais complicado. E foi por isso que nos caçadores experiente de repente ganhamos valor!!!
O governo precisa de nós como nunca precisou... Estão nos tratando como os salvadores da pátria, o primeiro palestrante do IBAMA gastou metade do tempo “tirando o nosso medo” oferecendo apoio e se colocando do nosso lado. A segunda palestrande da agrodesesa seguiu a mesma linha... fiquei meio sem entender até a que iniciou-se a palestra da doutora Virginia Santiago, veterinária da embrapa suínos de SC e chefe do projeto. Que tratou exclusivamente da questão das doenças, ai sim entendi porque estavam nos tratando tão bem.

Entendendo a situação, não pude perder a oportunidade de deixar o nosso recado, quem estava presente me viu erguer a mão, interromper e falar sobre a marginalização do caçador esportivo e sobre a necessidade de uma legislação que regulamente a caça esportiva no Brasil, não só como controle do javali, mas como garantia e segurança das nossas espécies nativas. Citei o modelo americano de caça sustentável, e falei de outros desequilíbrios perigosos e que geram diversos prejuízos ambientais e econômicos como o búfalo em Rondônia e os patos e marrecos nas lavoras de arroz em Goiás e Tocantins. Eles me ouviram pacientemente e concordaram com tudo que eu disse, nos mostraram o quanto à questão é complicada e o quanto os ecologistas exercem pressão sobre eles (muita mesmo)...mas no fim percebi que tudo e conversa entendimento e relacionamento.

Não tive muito tempo para falar, mas foi bom poder nos separar dos caçadores predadores e mortos de fome sem nenhum interesse na legalização. A minha contribuição foi um grão de areia no deserto, mas eles ouviram e agora sabem que somos tão ou mais preocupados que eles com a questão da caça sustentável e regulamentada no Brasil. No fim da palestra a doutora Virginia Santiago da Embrapa suínos que era a principal palestrante e uma das maiores autoridades brasileiras veio me procurar e disse que ficou surpresa com a nossa mentalidade e o nível de informação de todo o grupo, ela confessou que esperava encontrar um bando de caçadores roceiros que gostam de comer carne de javali. Trocamos e-mails e manteremos contato, vejo ela como uma pessoa chave no projeto pois ela é a mulher do governo federal que está no comando, o elo de ligação dos três órgãos que regulamentam o abate do javali hoje no brasil. IBAMA, AGRODEFESA e EXERCITO (não foi nenhum representando do exercito, infelizmente)

Depois da palestra fomos selecionados (quem esta legal e registrado no IBAMA e quem não esta) e depois treinados. O treinamento incluiu amostragem de fotos e explicação sobre sintomas das principais doenças dando prioridade para a peste suína e febre aftosa em porcos. Depois fomos para o departamento de necropsia veterinária, onde foram abatidos dois porcos e tivemos aula pratica sobre a coleta de sangue, pelo coração e pelo olho, como fazer que tipo de sangue eles querem, como obter o soro como armazenar e onde e como enviar para o pessoal da Agrodefesa essas amostras.

No fim da tarde passamos de meros caçadores esportivos a “funcionários do governo”com kits de coleta, folder sobre: doença, biosseguridade, certificados e termos de compromisso protocolados junto a Agrodefesa para o envio de sangue (em alguns casos vísceras) e relatórios detalhados com informações sobre local, e situação dos animais abatidos.

Saímos também com todos os contatos (policias, chefes de batalhões ambientais, e autoridades do IBAMA e da Embrapa) para ser usado no caso de algum desinformado tentar barrar o nosso importante trabalho.

Apesar do governo nos USAR para esse trabalho, vi tudo isso como uma excelente oportunidade para mostrarmos a nossa cara, as nossas boas intenções e por fim o nosso valor em algo realmente importante para o país. Fizemos grandes contatos conhecemos gente grande e sem duvida nenhuma deixaremos uma visão diferente do caçador esportivo junto as autoridades brasileiras... vamos enviar tanto material que eles ficarão surpresos.

OBS: esse é um trabalho serio que vai abranger todo o Brasil, a doutora Virginia Santiago e sua equipe irá continuar percorrendo o Brasil com sua missão de treinar e capacitar outros caçadores legalizados e experiente para que se tornem colaboradores. Legalizem-se, entrem no site do IBAMA (www.ibama.gov.br) e se cadastrem. Eu o Pedro e o Daniel Terra estamos em contato direto com ela e informaremos aqui quando houver cursos em outros estados.

Queria deixar aqui um agradecimento publico ao Pedro Vargas e ao Daniel Terra por insistirem para que eu fosse ao evento, realmente não podia ir por ter outros compromissos e tive que fazer um esforço enorme para arrumar tempo. Meus sinceros agradecimentos aos dois amigos, afinal foi mais proveitoso do que poderíamos imaginar.